Democratas controlam Câmara dos EUA e têm o Senado à mão
O Partido Democrata norte-americano retomou a maioria da Câmara e está perto de conquistar também o Senado, dependendo de uma possível recontagem em Virgínia. A bancada democrata na Câmara cresceu em cerca de 30 deputados, o que representa uma enorme vitória para a oposição, na esteira do descontentamento popular com a guerra do Iraque, a corrupção e a liderança do presidente George W. Bush.
A oposição precisava ampliar sua bancada em seis senadores para fazer a maioria. Ganhou quatro disputas, e lidera nas outras duas, em Montana e Virgínia. Com isso, os democratas têm condições de fazerem a maioria em ambas as Casas do Congresso pela primeira vez em 12 anos.
Uma possível recontagem e recursos contra o resultado em Virgínia podem adiar a proclamação, reavivando as lembranças da eleição presidencial de 2000, indefinida durante cinco semanas de recontagem na Flórida.
Apurados mais de 2 milhões de votos, o democrata James Webb tinha uma vantagem de 8.000 sobre o republicano George Allen em Virgínia. A recontagem pode se arrastar até dezembro, deixando indefinida a situação do Senado até lá.
Em Montana, o democrata Jon Tester tem uma ligeira vantagem sobre o republicano Conrad Burns, mas o resultado final pode demorar até a noite de quarta-feira.
O partido que vencer terá estreita maioria no Congresso, especialmente no Senado, o que deve resultar em impasses e guerras políticas nos dois últimos anos do governo Bush.
O presidente convocou entrevista coletiva às 16h (hora de Brasília) para discutir os resultados. Com a vitória democrata na Câmara, a deputada Nancy Pelosi, considerada uma esquerdista radical para os padrões norte-americanos, deve se tornar a primeira mulher a presidir a Casa. Nessa posição, ela teria como frear grande parte da agenda de Bush e aumentar a pressão por uma mudança de rumos no Iraque.
"Esta noite é uma grande vitória para o povo norte-americano", disse Pelosi em comício democrata junto ao Congresso. "Hoje o povo norte-americano votou pela mudança, e votou para que os democratas coloquem o país numa nova direção."
Estavam em disputa todas as 435 vagas de deputados, 33 das 100 do Senado e 36 dos 50 governos estaduais.
Em Connecticut, o senador Joseph Lieberman, concorrendo como independente, derrotou o democrata antiguerra Ned Lamont, que havia derrotado o ex-candidato a vice-presidente nas primárias democratas.
Em Nova York, Hillary Clinton foi reeleita com facilidade para o Senado, abrindo de vez o caminho para sua candidatura presidencial em 2008.
O senador republicano John McCain disse à CNN que o resultado eleitoral deve servir para "acordar" para o seu partido.
Governadores, também democratas
Os democratas também foram bem nas disputas para os governos estaduais, roubando seis deles dos republicanos e estabelecendo uma maioria nacional que pode ser vantajosa nas eleições presidenciais de 2008.
Raro caso de republicano bem-sucedido, o governador-ator da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, foi facilmente reeleito. Em referendos sobre questões sociais, sete Estados rejeitaram o casamento homossexual, um dos poucos consolos para os conservadores na terça-feira.
O avanço democrata na Câmara teve reflexos em redutos republicanos, como Indiana, onde três deputados governistas não conseguiram a reeleição, e no Kansas, onde o deputado Jim Ryun também perdeu.
"Finalmente estamos voltando a ser um partido nacional, depois de 12 anos", disse o presidente do Partido Democrata, Howard Dean. A vitória democrata na eleição de terça-feira permite que o partido comande comissões parlamentares que podem investigar decisões polêmicas do governo Bush nas áreas externa, militar e de energia.
Os democratas prometiam levar grande parte das suas propostas a votação na Câmara após a posse dos deputados. Isso incluiria novas regras éticas, aumento do salário mínimo, redução de subsídios ao setor petrolífero e melhoria na segurança de portos e fronteiras.
Segundo pesquisas de boca-de-urna apresentadas pela CNN, os eleitores estavam em geral descontentes com a guerra do Iraque, mas questões de ética e corrupção pesaram mais na decisão do voto.
Só neste ano, quatro deputados republicanos renunciaram devido a suspeitas de violação à ética. Durante a campanha, os democratas acusaram os governistas de difundirem uma "cultura de corrupção" em Washington.
Mas a campanha foi mesmo dominada pelo Iraque, e o presidente George W. Bush defendeu sua atuação até o fim, apesar de uma aprovação popular abaixo de 40 por cento. Ele questionou o que os democratas teriam feito de diferente e previu, erradamente, que os republicanos manteriam o controle do Congresso.
A História, porém, ajudava os democratas ¿ o partido que ocupa a Casa Branca tradicionalmente reduz sua bancada no sexto ano de um presidente.
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Ou seja, se Deus quiser, as coisas serão diferentes daqui pra frente.. fuck bush.
1 Comments:
tbz... nem cheguei a ler esse texto ainda... mas os outros gabaritei. só queria dizer aqui o quanto é bom ler seus textos, o quanto é bom ver como vc esta e como esta encarando as coisas.
cara, obrigado pelas palavras naquele dia. foram oq me fizeram levar as coisas como estou levando... até certo ponto de uma maneira mto parecida com a sua. E isso é bom, pq a essência é boa. o ódio realmente não me consome mais...
PS: Faço questão de falar... mande o link do seu blog para victor.esteves@redecard.com.br e com certeza ganhará mais um leitor.
Paz. Tks dude
High Ace!
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