3.5.07

the thing is: FASHION PPL DON'T KNOW A THING

O dia começou com uma divagação silenciosa, que claro, fiz em inglês, pq quase sempre neste tipo de situação penso em inglês pra mim mesmo.. segue: "Is that the world you really wanna live in? Predugist ppl, lame ideas, the very essence of blasè.." E aí voltei a mim mesmo, sorri de lado em função da semi-piada de alguém..
É, eu fico as vezes, em low-fi, prestando atenção ao que acontece ao meu redor, e sério, me dá um pouco de vergonha alheia.
Eu trabalho em uma multi-nacional, uma empresa de nome, um ponto de referência da moda. E me sinto às vezes muito envergonhado. Não pela marca, não pelo o que eu produzo, mas, pelo ambiente e pelas pessoas que aqui existem.
Muitas vezes me senti assim na última empresa em que trabalhei, pensando que, se as pessoas lá não sabiam se comunicar, ou, executar suas funções com qualidade (em todos os aspectos - produtivo, criativo, social, etc) era porque eu me encontrava em uma empresa de pequeno porte, onde as responsabilidades eram menores, assim como os salários dos funcionários, logo, incitando uma falta de crescimento pessoal e profissional dos mesmos.
Baléla.
Ao meu redor, aqui, vejo pessoas tomando atitudes erradérrimas, colocando informações em peças que vão lembrar outras marcas, usando artifícios que outras já usaram, querendo apenas agradar aos donos e não criando arte original, e isso, meu amigo, é o uó. Onde eu trabalhava antes, acontecia isso também, sim, e eu sei, (caso algum de vocês leitores não trabalhe com moda, vou contar a real) a moda feita no Brasil é baseada em cópia das marcas européias, americanas, japonesas e por ai vai, não de forma descarada, óbvio, mas... Ou seja, eu, que sei que é assim que a máquina funciona, deveria ser o primeiro a ignorar isso, mas, não dá. Meu senso crítico me sabota e várias vezes me pego não conseguindo produzir como o "alto-escalão" me pede. SIM, jamais irei deixar que isso me impeça de produzir e ganhar o meu salário, mas mesmo assim, é um saco sabe.
Anyway, isso não era nem o principal do texto.. O mais chato mesmo, de tudo, chega a ser ridículo, é que estas pessoas blasèzérrimas com que as vezes me pego trabalhando, as pessoas viajadas, as pessoas com um flat em notting hill, que jantam no fazano, que têm os celulares da "moda", que fazem "meetings" com empresários importantes, são as mesmas que, muitas vezes não sabem nem escrever, ou falar, muito menos dominam outras línguas, etc.
Para mim, não adianta, ou você sabe, ou você não sabe. Ser grande é ter algo dentro de você, é ter cérebro, é ter dinâmica de raciocínio, é ser criativo, é ser original, é ler pra caralho, é estudar pra caralho, é ouvir de tudo, é entender o que cada música, peça de roupa ou pintura querem dizer, e não ir vivendo, vivendo, parecendo um joão bobo.
Eu fico meio estressado (claro, somente parar mim) com a forma com que às vezes vejo pessoas que se acham muita coisa (e nem são tudo aquilo), se sentem diferenciados na sociedade por já terem visitado uma Bread and Butter, ou por já ter viajado para algum lugar do mundo, por usarem Diesel, bla bla bla.. BALELA, não saberiam fazer um styling para um desfile, ou, muito menos ler o editorial de moda da vogue europe, porque afinal de contas, essa pessoinha não sabe ler inglês.
Enfim, este texto é um texto equilibrado, e jamais cuspiria no prato em que como, até porque, quem me conhece no dia-a-dia, sabe como o mundo da moda me atrai, e como este já me conquistou faz tempo.. Mas não é isso. O ponto é: existem pessoas que executam funções da qual elas não deveriam.
Por exemplo, de todos os estilistas com que já trabalhei até hoje, eu consigo contar apenas duas pessoas que realmente desempenham o verdadeiro papel de estilista, e não apenas um "escolhista" - óbvio, não citarei nomes, mas o que quero dizer é que.. pera lá, tem algo errado aí irmãozinho.
Não suporto pessoas assim. E o pior, muitas destas pessoas além de serem péssimos profissionais, só são assim porque não quiseram crescer culturalmente - acabam sendo ruins enquanto profissionais, assim como numa mesa de bar até, entende o que eu estou falando? Falam de coisas bobas, contam histórias fracas, sabem que viajaram, e contam isso, mas não sugaram a informação da viagem realmente (putz..) e se acham o máximo, pff..
Enfim,
Eu, sabe, não sou ninguém, mas caralho, I can rock your world if you let me. E não vou nem me aprofundar nas minhas habilidades ou capacidades, pq este texto é só sobre o "mundinho-misturinha-loucura-louca-da-moda" - que sim, eu AMO, mas está todo desconfigurado.
Precisamos de profissionais de verdade, precisamos de pessoas criativas, precisamos de assistentes de estilo eficientes e interativas, não só submissas, preciamos de coordenadores de estilo que estejam antenados ao que os setores estão produzindo, que saiba conectar o jeans a malharia ao fashion ao acessórios -uffa!- precisamos de vendedores pró-ativos, que não só vendem roupas, que entendem que as vendas possam estar diminuindo em função de, sei lá, a configuração das araras ou da cor das paredes da loja, precisamos de estilistas que AMEM moda, e não que só amem o SALÁRIO DE ESTILISTA DE MODA..
Não estou mal, nem estressado, a minha vida é ótima mesmo. Trabalho com o que amo, sempre conheço pessoas legais, posso pagar minhas contas etc - mas te digo, se uma empresa idealizada assim como eu disse existe, me avise que envio meu CV hoje! ehehe..

é isso pessoal,
keep on buying, keep on believing, coz' fashion, really KICK ASS.

fiquem com deus, e, leiam bastante.

PS: É, tenho postado pouco, mas é que tenho trabalhado muito! fiquem atentos às atualizações mesmo assim.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Putz.. sei q vc nao me quer por aqui..mas precisava comentar esse post...
Seus textos detonam Renato !
Seu texto não, pq eu sei q vc nao eh de textinho...o seu pensamento e a sua visão sobre o mundo q a gente trabalha,vive, eh q detona!
E qnd VC abrir uma marca, e eu sei q vai, por favor me avisa q EU vou querer mandar meu CV pra la!
e boa sorte pra nós enqt isso nao acontece neh!

12:10 da tarde  

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